A família representa, como é óbvio, uma importante parte das nossas vidas, e de todos os momentos que passamos com ela, há sempre alguns mais especiais do que outros. Desde que me conheço como gente que me recordo dos meus avós, de estarem por casa nas "lides domésticas" ou a trabalhar nos campos de cultivo, e de agirem no decorrer do dia-a-dia com uma generosidade e simplicidade fruto dos muitos anos de vida e da "carreira profissional que abraçaram ou pela qual foram envolvidos" que me serviram de exemplo em muitos aspectos; e do que, de certeza inadvertidamente, me ensinaram acerca da existência de coisas simples e de como elas por serem tão banais e primitivas, como o simples facto de atear uma fogueira para cozinhar uma panela de sopa, são de tal forma místicas e inesquecíveis, que o sabor de tal iguaria parece continuar para sempre nas "papilas gustosas", para nunca mais sair, e à espera de um pequeno estímulo da memória, para se diluir na saliva, como se nunca tivesse atravessado a faringe. O facto de aos meus olhos nunca terem envelhecido dá-lhes uma aura de imortalidade que de tão ilusória que é, se torna ainda mais dolorosa quanto mais o tempo vai passando. Nos últimos tempos a saúde de um deles, talvez aquele com que mais me identifico, piorou de tal forma avassaladora e irreversível, que é para mim difícil de entender como é que alguém pode chegar a um tal estado, ainda por cima consciente. Infelizmente acabou por falecer... Apesar de, no meu íntimo, e por razões óbvias, continuar para sempre vivo e por perto... Chegar aos 80 anos deve ser óptimo, mas como alguém me disse recentemente,..."quem não vai de novo, de velho não escapa!". "...and so the story goes..." RIP +
2006/10/16
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